Voltei! - ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM VER.
ALÉM DO QUE OS OLHOS PODEM VER.
Nem sempre a janela que bate, a porta que range, o prato que quebra sozinho, é obra do acaso, a santa que chora sangue os cortes em sua pele;
Os demônios se divertem num fenômeno Poltergeist...
Voltei!
Acordei assustado com um barulho vindo da janela do meu quarto, levantei as pressas pra ver o que tinha acontecido, o vidro da mesma estava quebrado.
-Moleques filhos da puta! Gritei.
– O que foi Carlos? Assustada perguntou minha esposa, Ana.
- Pedra!
- Do que você está falando?
Desci correndo com uma raiva tremenda, abri a porta da frente e saí feito um louco, mas pra minha surpresa não havia ninguém lá, no susto nem me dei conta que ainda eram 4:30 da manhã, os primeiros raios de sol cortavam o céu, nenhum moleque acordaria pra brincar uma hora dessa.
- Que pedra caralho? Ainda assustada perguntou Ana assim que entrei em casa.
- A janela quebrou, pensei que eram crianças jogando pedra.
- Ela pode ter batido com força e ter ocasionado isso.
Mulheres... Sempre com respostas lógicas pra tudo, mas, - Pensando bem ela pode estar certa, pensei; Continuei pensando até alguns minutos. Estávamos na cozinha, não conseguia mais dormir, Ana me preparava algo para comer, foi quando ouvimos um barulho vindo da escada, forte, era como se alguém estivesse levado uma queda, peguei uma panela (era a única arma por perto) e fui correndo verificar, jurando encontrar um ladrão desastrado, mas lá não havia nenhum.
Decidi subir aquilo correndo, a mesma fúria de instantes voltou e fucei os quartos atrás do maldito, mas pra minha surpresa não havia ninguém lá, Ana me chamou a atenção para algo importante – As janelas estão trancadas por dentro, larguei a panela, o fato me convenceu de que ninguém estava lá.
- O que você está fazendo? Perguntou Ana enquanto eu revirava a gaveta.
- Vou pegar a arma.
-Pra quê? Já lhe disse! As janelas estão trancadas por dentro, impossível de ter alguém aqui.
-Preucação. Ainda falta olhar a gara... (a porta bate com força, meu dedo engatilha no susto... Ana cai morta no chão.)
Esta hora não sabia o que fazer, não sabia se socorria, se gritava, se chorava, o gelo tomou conta do meu corpo, acabei de matar a mulher que amava, larguei a arma no chão e cai ajoelhando diante do cadáver que acabara de fazer, um filme passou em minha mente, um filme que logo foi interrompido.
Por mais macabra que era a situação na qual me encontrava, algo mais macabro aconteceu, todos os objetos do quarto começaram a voar para todos os lados, parecia recriar a cena clássica do exorcista, agora, o que era ficção se mostrava realidade, saí correndo dali, minha intenção era descer as escadas e ir para rua pedir ajuda, mas o plano foi interrompido, ao segurar o corrimão suspenso, o mesmo se quebra e caio de alguns poucos metros de cabeça, o suficiente para me manter desacordado por um tempo.
Acordei atordoado na sala, sentado numa cadeira, a visão embaçada me mostrava um movimento na cozinha, tentei me levantar, mas percebi que estava amarrado, a visão começou a voltar e avistei uma das cenas mais aterrorizantes da minha vida, minha esposa estava lá, em pé, fumando um cigarro olhando a janela... Com um tiro na cabeça. Já era noite, ela olhava o luar me aguardando acordar:
-Olha só quem acordou pro pesadelo.
-Quem é você? (Estava confuso)
-Não me reconhece amor?
-Ana? Como? Você está sangrando! Aliás... você está com uma bala no cérebro, como continua viva? (não sei por que, continuava pensando em explicações lógicas)
-Viva? Nunca estive...
-Como assim?
-Acho que ficaria igual a ela quando crescesse.
-Do que você está falando?
-Não se lembra de mim?... Papai. (Agora sim, caiu a ficha, não estava lidando com algo lógico)
-Pa...Papai?
-Não lembra... Nunca lembrou, nem se quer importou comigo, só estava interessado nisso (levantou o vestido) isso você teve! Mas depois não quis arcar com as conseqüências!
O filme voltou a passar na minha cabeça, há 15 anos, ainda na minha adolescência, engravidei a Ana, mas não queríamos estragar nossas juventudes, nossos planos para diversão, não estávamos prontos para algo tão sério, então decidimos abortar, sem dinheiro ou qualquer maturidade mental, optamos por um método caseiro e cruel...
-Aquilo doeu papai.
-O o qu...que você quer? ( o medo tomou conta da minha voz)
-Hoje é meu aniversário de 15 anos, vim pegar meu presente de debutante.
-Aniversário?
-Espíritos evoluem papai...
Foi a última coisa que ouvi, na hora ela sacou uma arma e atirou na minha cabeça.
Acordei assustado... o suor escorria a testa como se estivesse acabado de sair da chuva, estava na cama, olhei pra janela e ela estava intacta, mas minha mulher não estava no quarto, ouvi um grito dela vindo do banheiro, corri pra ver o que tinha acontecido...
- O que aconteceu! Perguntei assustado.
Um sorriso tomava seu rosto. -Estou grávida!
AM
mermão que texto do caralho! \o/ é divertido,cômico e tenso ao mesmo tempo e com final FODãO! parabens bisho!
"Uma salva de palmas"!
Caramba...
Adorei, achei incrível.
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